quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Cachecol no pescoço (continuação)



Cachecol no pescoço (continuação)


Ola malandragem , como eu ia dizendo anteriormente:

Vamos analisar com calma a história do cachecol , historicamente , "umbandicamente" (sou o rei do Neologismo).

Voltando ao tempo de 1883 a 1920 .....

Vemos um grupo de pessoas , ja insatisfeitas com as injustiças da sociedade intituladas de Malandros.
Os mesmo se vestiam de uma forma muito distinta e peculiar , usando também uma roupagem única e com muito significado. vemos aqui algumas e seus significados.

Terno de linho branco : Os malandros se vestiam de branco por dois motivos diferentes ; O primeiro era por membros da sociedade intitulado burgueses e certinhos , imitavam o costume dos europeus usando ternos pretos ou em outros tons escuros , E os Malandros se vestiam de branco como uma forma de protesto , intitulando os que se vestiam de escuro como otários .
Um outro motivo era que os grupos de malandros gostavam de um jogo parecido com a capoeira chamado jogo de pernada ou tiririca . as quais deixavam marcas de chutes e rasteiras e isso num terno branco era motivo de vergonha , então os chamados Bambas (bons em samba , luta e macumba) jamais apareciam com essa marca.

Chapéu Panamá : Esse chapéu ficou conhecido com esse nome por ter sido usado por um dos presidentes dos EUA acho que foi o tal de Churchill se lá , e uns outros europeus aí para atravessar o canal do Panamá , como proteção , na Verdade ele é fabricado a mão no Equador.
Era usado também por dois motivos distintos (de novo a dualidade malandresca) Depois falo sobre isso.
Um dos motivos era também os protestos aos chapéus pretos dos burgueses . E A outra era que durante uma luta de faca , fação , navalha , punhal ou até mesmo capoeira esse chapéu virava uma arma de dissimulação ou proteção , Os malandros retiravam o chapéu da cabeça para com ele atrapalhar o campo de visão do inimigo , ou até mesmo colocavam sobre a cabeça dos adversários para tampar lhes os olhos.

Patuá : A Maioria dos Malandros eram iniciados ou frequentadores da linha de Umbanda , ou Catimbó , eles utilizavam um patuá no pescoço como proteção ofertada pelos orixás (geralmente Ogum) ou encantados . Geralmente sua força era quebrada por contato de uma mulher.

Lenço de Seda : (Opa! Cheguei onde eu queria)

O lenço de seda era utilizado no bolso ou no pescoço , quando no bolso com muito perfume , deixando de delongas o motivo principal era o material , extraído diretamente da bunda do bicho da seda , esse tecido não desfia , e é praticamente imune a cortes , podendo até cegar a lâmina de uma navalha , durante as brigas os malandros utilizavam um lenço de seda branco ou vermelho enrolado no pescoço ,( taí o fato de algumas pessoas , espiritas pais de santo , babalorixás , artistas e até mesmo músicos confundirem com um cachecol ) esse acessório era usado por ser imune aos cortes de navalha.

Fui procurar um lenço de seda no Rio de Janeiro e só encontrei na Loja Alberto Gentleman no Centro ,
No valor de R$  170,00 mas vou comprar assim mesmo.

Isso mesmo Malandro nenhum usava cachecol , nem Zé pelintra , Nem Zé da Navalha , Zé Pretinho e outros dos meus parceiros , ainda tinha os que não sabemos ainda que fim levaram no plano espiritual , como Moreira da Silva , Wilson Batista , Madame Satã , Mestre Leopoldina , Pantera Negra e outros.

Tem outros acessórios muito importante também , mas não pretendo dissertar sobre isso agora para não perder o foco (Estamos aqui para esclarecer a história do Cachecol )

Bom a famosa musica que diz a seguinte estrofe: (Vou postar da forma que se cantam por aí depois corrijo e conto a história.

De manhãzinha quando eu venho descendo o morro a nega pensa que eu vou trabalhar
carrego meu baralho no bolso , cachecol no pescoço e vou para a Barão de Maúa.
Tabalhar , trabalhar trabalhar pra que?
Se eu Trabalhar eu vou morrer.....

OK

História e raciocínio ...
Essa música é um ponto de Umbanda trazido por um malandro chamado Zé da Navalha.
Que conta um pouquinho de sua vida quando viveu na central do Brasil no Centro do Rio de Janeiro

Ele cantava assim :

Quando eu venho descendo o morro pela manhã de manhã
A Nega pensa que eu vou trabalhar
Eu Trago a Minha Navalha no Bolso meu patuá no pescoço e vou pra Barão de Maúa
Trabalhar , trabalhar , trabalhar pra que?
Se eu Trabalhar eu vou morrer...

Agora a análise coerente dentro de uma dinâmica de raciocínio lógico.

Trazer uma navalha no bolso (pra se defender como todo malandro usava uma)
E um Patuá no pescoço (também como proteção espiritual) é procedente porem qual a utilidade teria um cachecol numa cidade de Clima Tropical ?
ele ia para Barão de Mauá (lugar situado também no centro do Rio de Janeiro )para dar trambiques seja com baralho , dadinhos ou até mesmo jogando purrinha.

Então penso eu e vc também caro leitor que esse ponto foi ouvido e atribuído a uma outra entidade querida (como eu mesmo canso de fazer "segredo" tem gente que canta ponto das almas para Tranca Rua e tem também um ponto de Boiadeiro Navizala que juram que ele é boiadeiro da senzala hehehehehe)

Embora essa conclusão tenha sido concluída de forma mediúnica e através de diversos estudos estou aberto a contestações (se houverem fatos).


Um comentário:

  1. Adorei o seu esclarecimento! Foi coerente e categórico.
    Muito obrigada!

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